Poemas
Aqui você encontrará todos os livros escritos por Teófilo Santana e a baixo há um poema dos livros que tratam desse tema.
LIVRE PRESO é um livro onde há relatos das ansiedades do ser humano que nunca caiu em uma prisão, mas nunca foi livre totalmente, ou seja, o autor se coloca dentro de uma cadeia e de lá conta como seria a vida do lado de fora.
O DÉCIMO QUINTO é um livro que evidencia uma história de sobrevivência e crescimento naquilo que a vida oferece aos desfavoráveis.
Este poema faz parte do Primeiro Livro.
Abalam a bala
Abala o coração dessa gente que comanda a nação,
A bala na rocinha é besouro sem asas, zumbi sozinha,
A bala voa rasteira sem piedade mata e é fogueira,
A bala caiu no chão, feriu meu primo, matou o irmão,
Abala o peito, há bala no ar, abala a alma, há bala no mar,
A bala no coração é vida caída no chão perfurando pulmão,
Abala a bala, há bala sem dó, abala a bala, há bala do pó,
Há bala no "Vidigal". Caiu, rolou no barro, foi "pro" pau,
Abala à bala, há bala de frente, há bala, há bala, abala a consciência dessa gente,
Abala a bala, abala a bala "pra" viver contente, parar a bala não muda de repente,
Abala a bala, há bala demente, abala, à bala, há bala sem bala em nossa frente,
Abala a bala, a lei sem bala, que na bala ninguém mais se abala,
Abala a bala "pra" fumaça sumir do revólver que mata, mata e não resolve,
À bala a bala à lei vier sem bala ao homem, não há bala mais à mulher e o ser viverá contente,
Abalam, abalam, abalam a bala dessa gente.
Abalam, abalam, abalam, abalam essa gente.
Barra do Garças - Mt. 02/01/2000Teófilo Santana
Este poema faz parte do Segundo Livro.
Cair de pé
Hoje eu tombei pela
Enésima vez de pé
Na face o soco arde
Na mente o real mente
A mentira ecoa a verdade
A verdade foge amarelando
A vida vai embora igual miragem
Na face escurece a imagem
Hoje a jugular vai jorrar
No medo dela arrebentar
Na corda a vida vai acordar
Hoje eu tombei de pé
Não caí, porém levantei caído.
Hoje de pé outra vez tombei.
Barra do Garças- Mt.2611/93
Teófilo Santana
Este poema faz parte do Terceiro Livro.
Aviso
No ar quando o avião passa deixa um rastro de fumaça,
No céu a embelezar,
A mudança de temperatura anunciada pelo el niño avisa:
não é um bom caminho o que o homem prepara a terra caminhar.
Vamos fazer o verde brotar,
Plante no chão e volte a regar.
Veja sua planta crescer e florescer
Um fogo queimando, um vulcão soprando, uma cachoeira chorando de dor,
Um corte de navalha dilacerando meu peito,
A mata morrendo no golpe certeiro do motor serra.
O homem com o sem razão morrendo na guerra.
Os Rios secando, a chuva afogando a terra.
Soterrada ela ficará com o homem assistindo o verde acabar.
O homem deve fazer diferente,
Plante no chão sua semente
E veja uma árvore brotar.
Barra do Garças – Mt. 25/05/98
Teófilo Santana
Este poema faz parte do Quarto Livro.
Jeito de ser
Maior amor não pode haver
Amor igual ao meu por você
Rainha das minhas alegrias
Inesquecível, ardente e pura.
Anda esnobando a sua cintura.
Das noites e dos dias és a folia.
Às vezes é apenas nossa realidade.
Sabedoria faz morada em seu peito.
Graças a Deus às aventuras me guia.
Reta, cristalina, valente, amada menina.
Age como se nada tivesse acontecido.
Com muito amor ignora filhos, marido.
Com graça e raça não perde o sentindo
A sorte é o norte a sabedoria e o amor vivido.
Barra do Garças - Mt. 17/12/99
Teófilo Santana
Este poema faz parte do Quinto Livro.
Não é difícil
Você gostaria de resolver seus problemas de uma só vez?
Engano, problemas existe para que convivamos com eles.
Quando se olha no espelho nossa tendência é querer que ele
Reflita uma imagem exuberante muito melhor que a nossa
Ilusão pura, o melhor da nossa imagem é a nossa imagem,
Refletindo o que de bom nós produzimos em nosso dia-a-dia
Produzir não é apenas buscar uma forma de possuir dinheiro
Ele é muito bom, mas deve-se lembra: caixão não tem gaveta.
Qual é a melhor hora para se viver. A pior é quando se levanta
De manhã bem cedo à vida cheira medo e pode nos derrubar
Mas a cada tombo que se leva nesta vida é motivo de levantar
Levanta-se mais forte sabe-se, o tombo definitivo é a morte.
A vida é construída de momentos com muita areia e cimento
Nosso plano de vida é um o de Deus é outro, resta viver feliz.
Barra do Garças-MT 26/12/07
Teófilo Santana
Este poema faz parte do Sexto Livro.
Perda
Confundir a perda com a perca,
Vem de encontro ao quê se ver
Belo na linguagem e no conhecer.
Vem ao encontro do desconhecer.
Saem do ritmo a coerência e o tom
O ruim se transforma em bom.
Quando a perca vira perda,
Vai-se a perca na perda.
Perdidas caem em valas
Comuns e sai pela falácia.
Perde-se o bom português
Choque na insignificância
Que a vida oferece ao dez fazer.
B.Garças – MT. 14/07/97
Teófilo Santana
Este poema faz parte do Sétimo Livro.
Sangrando
Fiz de tudo para a vida ser minha amiga, mansa, florida e carinhosa.
Semeei jasmim-vermelho e margaridas parece que ela seria maravilhosa,
Sempre a floria em versos e prosa.
A vi crescer verde, linear grande e vistosa,
O caule, os galhos, os espinhos,
folhas e pétalas maravilhosas.
Furei meu dedo com o espinho,
As folhas caíram e o vento levou,
O caule se quebrando secou.
Os galhos juntamente com o caule tombaram.
A rosa murchou e a vida corou.
As folhas e as pétalas a chuva levou,
A roseira seca o fogo devorou.
O espinho cravado no meu peito sangrou,
foi arrancado e a ferida aberta ficou. A roseira se acabou.
Barra do Garças - MT. 04/05/00
Teófilo Santana
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